O termo fibrose, embora se refira a uma condição muito comum, nem sempre é bem esclarecido.
Trata-se da formação de um tecido conjuntivo fibroso como uma resposta reparadora a lesão ou dano.
Existem diversas condições que podem levar ao surgimento de fibrose, além de ela poder se apresentar com diferentes características.
Nos tópicos abaixo você irá entender melhor o que é fibrose, quais suas principais características e quais as opções de tratamento para fibrose. Tire as suas dúvidas agora mesmo:
Principais considerações sobre fibrose
A fibrose pode ter duas principais matrizes: a deposição de tecido conjuntivo que ocorre como parte da cicatrização normal ou deposição de tecido em excesso que ocorre como um processo patológico.
Quando a fibrose ocorre em resposta a uma lesão, temos uma cicatriz. Alguns dos principais tipos de fibrose são:
Fibrose pulmonar
Refere-se a uma série de condições que causam dano pulmonar intersticial seguido por fibrose e, eventualmente, perda de elasticidade do tecido pulmonar.
Essas condições levam a sintomas como tosse persistente, dor no peito, dificuldade para respirar e fadiga constante.
A fibrose pulmonar pode ocorrer como uma condição secundária em várias outras doenças, mas em muitos casos, a causa subjacente não é clara, utilizando, nesse caso, o termo fibrose pulmonar idiopática.
A fibrose pulmonar pode ser dividida nos três seguintes tipos:
Fibrose de reposição: ocorre como resposta a danos nos pulmões causados por infarto ou infecção, como pneumonia ou tuberculose.
Fibrose focal: manifesta-se como uma resposta à irritação por substâncias que são inaladas e então transportadas para o tecido linfático próximo pelos macrófagos.
Doença difusa do parênquima pulmonar (DPPD): ocorre nos casos de alveolite fibrosante, que se manifesta na fibrose pulmonar idiopática. DPLD também ocorre na alveolite alérgica extrínseca, em há uma inflamação difusa do tecido pulmonar como uma resposta à inalação de antígenos de poeira, como pelos de animais.
Em muitos casos, a doença subjacente que leva à fibrose pulmonar se desenvolve ao longo de muitos anos. Na prática isso quer dizer que muitas vezes as pessoas desenvolvem a doença mais tarde na vida, com o pico de incidência entre os 50 e 70 anos de idade.
Alguns dos fatores de risco para fibrose pulmonar incluem exposição a substâncias ocupacionais que danificam o pulmão; tabagismo; doença do refluxo gastroesofágico e infecções como tuberculose e pneumonia
Fibrose pleural
A fibrose pleural é o nome da doença em que uma pessoa desenvolve tecido fibroso na pleura (o revestimento da cavidade torácica ao redor dos pulmões).
Em condições normais, a pleura é uma membrana mucosa muito flexível, mas quando ocorre a fibrose pleural, essa membrana engrossa e enrijece.
A fibrose pleural é geralmente benigna, mas podem ocorrer complicações se generalizar, quando, por exemplo, falta de ar e o “estrangulamento” dos pulmões ocorre.
A fibrose pleural geralmente se desenvolve cerca de quinze anos após um curto período de forte exposição a substâncias como o amianto, mas pode ser cumulativa, ou seja: menor exposição por um longo período.
Além disso, a fibrose pleural também pode ser causada por processo inflamatório, pneumonia, trauma cirúrgico ou derrame pleural.
Fibrose hepática
A cirrose se refere ao tecido cicatricial e aos nódulos que substituem o tecido hepático e prejudicam a função do fígado.
A condição geralmente é causada por alcoolismo, doença hepática gordurosa não alcoólica, hepatite B ou hepatite C.
Para entender essa condição, é importante considerar que o fígado é responsável por várias funções essenciais, como desintoxicar certas substâncias do corpo, produzir nutrientes essenciais e limpar o sangue.
No entanto, cada vez que o fígado sofre estresse ou lesão, ele tenta se regenerar e, consequentemente, produz tecido cicatricial no processo.
À medida que o tecido cicatricial se acumula, a função hepática piora e, quando a cirrose está avançada, o fígado não funciona mais adequadamente.
A cirrose não dá origem a sintomas até que o dano se torne extenso, momento em que pode causar uma ampla gama de sintomas, tais como facilidade para sangrar; fadiga; icterícia; acúmulo de fluido no abdômen; perda repentina de peso; náusea e fala arrastada.
Fibrose cardíaca
As áreas do coração que foram danificadas devido ao infarto do miocárdio também são áreas sensíveis ao processo de fibrose.
A fibrose cardíaca pode afetar as válvulas do coração e o músculo, que se torna rígido e menos complacente, o que pode aumentar o risco de insuficiência cardíaca.
Os fibrócitos geralmente secretam colágeno e, portanto, são essenciais para o suporte estrutural do coração.
No entanto, quando essas células são superativadas, podem desencadear fibrose.
A perda de flexibilidade nas válvulas pode eventualmente causar disfunção valvar e insuficiência cardíaca.
Quais são as causas de fibrose?
Como você pôde perceber nos tópicos acima, existem diferentes tipos de fibrose, o que, obviamente, indica a existência de diferentes causas para a manifestação dessa condição.
Dentre as principais causas, podemos citar a exposição frequente a poluentes ambientais, consumo frequente de alguns medicamentos, algumas doenças do tecido conjuntivo e doenças pulmonares intersticiais.
No entanto, na maioria dos casos, a causa não pode ser encontrada.
Tratamentos para fibrose
O tratamento para fibrose irá depender da condição que a desencadeou.
De modo geral, não há tratamento para fibrose pleural e pulmonar. Não há evidências de que qualquer medicamento pode ajudar a doença, uma vez que a cicatriz desenvolvida se torna permanente.
No entanto, alguns cuidados paliativos podem incluir o uso de oxigênio para auxiliar na respiração ou corticosteroides ou esteroides inalatórios.
Em casos graves, a pleura inteira pode engrossar, tornando-se muito densa e branca, quase como a medula de uma laranja, fazendo com que perca as propriedades elásticas que normalmente permitem que o tecido se expanda facilmente quando os pulmões são inflados.
Nesses casos, a pleura lesionada deve ser removida cirurgicamente para que os pulmões possam inflar, devolvendo a capacidade mecânica da respiração.
No caso de fibrose pós-cirúrgica, drenagem linfática e tratamento medicamentoso podem ser opções de tratamento.
Endossamos que cada paciente deve ter suas especificidades avaliadas por um profissional para que possa conduzir o tratamento mais pertinente.